O marcador de combustível parece um item básico de qualquer automóvel, e requer que o condutor dê a atenção necessária, tanto no momento de dirigir o veículo, como em situações de eventuais manutenções. Quando negligenciado, esse equipamento costuma pegar o motorista de surpresa, causando situações embaraçosas e inesperadas, como, por exemplo, pane seca.
Evidentemente, a quantidade de combustível disponível no tanque é um item determinante na autonomia de um veículo. Em longas viagens, a disponibilidade de postos de combustível pode ser muito limitada em determinadas regiões, assim, como a variação dos preços que pode influenciar na decisão de quanto abastecer.
A quantidade de combustível é aferida pelo marcador no painel dos carros, que em geral é de fácil leitura e entendimento. Logicamente, a capacidade do tanque e a autonomia de viagem varia de veículo para veículo, e o motorista realiza os cálculos necessários para rodar, alguns carros mais equipados ainda contam com computador de bordo, que indica com precisão o consumo médio, instantâneo e a autonomia de rodagem, mas isso não dispensa a atenção no bom e velho reloginho do painel.
Quer entender mais sobre quanto posso rodar depois de acender o aviso da reserva? Como os fabricantes projetam os marcadores de combustível? Como ele funciona? Este artigo trouxe um conteúdo completo sobre o tema.
6 fatos importantes sobre esse importante equipamento.
#01. Pane seca é infração de trânsito
A pane seca é o nome técnico para o veículo que para pela falta de combustível, constitui infração média, com multa de R$ 130,16 e ainda 4 pontos na carteira, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
#02. Estacionar em piso inclinado afeta a marcação do combustível?
Sim, a inclinação acentuada do carro interfere na medição do combustível. Imagine o tanque de combustível como uma caixa cheia de água. Ao incliná-la em qualquer posição, o líquido respeita suas propriedades físicas e se mantém sempre na horizontal. Como o marcador de combustível utiliza uma bóia (sensor de nível) que flutua sobre o combustível, ela poderá indicar o nível de forma imprecisa tanto para menor, como para maior, a depender do seu posicionamento no reservatório
Então, na grande maioria de veículos movidos a gasolina, etanol ou diesel, os marcadores sofrem variação no valor medido ao estacionar o carro em planos inclinados, ou seja, em subidas, descidas ou inclinações laterais. Logo, a marcação correta será restabelecida após um tempinho em posição plana.
#03. Como funciona o marcador de combustível automotivo?
Tudo começa no tanque do veículo com componente responsável pela marcação, conhecido como sensor de nível. Ele consiste em uma bóia que flutua na superfície do combustível, e que fica ligada por uma vareta de metal a uma resistência ou potenciômetro, o qual comunica o nível de combustível ao instrumento combinado, conforme a calibração da escala efetuada pelo fabricante, nesse modelo tudo acontece de forma mecânica, pois não existem componentes eletrônicos.
Nos veículos mais modernos que possuem marcadores eletrônicos, o processo acontece de modo semelhante, mas as resistências e molas são substituídas por sensores eletrônicos com a mesma função.
#04. Quanto ainda posso rodar depois que a luz da reserva acender?
Essa é uma resposta que varia bastante conforme as características do modelo. Em regra, os fabricantes de instrumentos combinados, ou seja, o conjuntos de marcadores instalados no painel do veículo, têm como padrão que a luz de alerta de reserva acenda após o nível de combustível ficar abaixo de 10% a 15% da capacidade do tanque, a depender da capacidade do tanque e consumo do veículo.
Como a maioria dos veículos atuais possuem tanques com capacidade de 50 a 70 litros, o alerta acontece ao restar entre 5 a 8 litros no reservatório. Alguns modelos criam um segundo estágio no qual a luz passa a piscar em situação mais crítica, em que restam de 3 a 5 litros, a fim de evitar que o carro sofra uma pane seca.
Para calcular qual distância que seu carro ainda tem condições de percorrer após a luz de reserva acender, é necessário conhecer bem qual é o seu consumo para aquelas condições de uso, considerando se está rodando na cidade ou na estrada, e o combustível utilizado no momento (gasolina ou etanol).
#05. Onde fica a bomba de combustível?
Nos antigos carros carburados a bomba de combustível era um componente de acionamento mecânico, que em geral ficava junto do compartimento do motor, e isso atualmente quase não se vê mais. Hoje em dia, com a injeção eletrônica, os carros possuem bombas de combustível elétricas, que são instaladas dentro do próprio tanque, que na maioria dos veículos fica instalada logo a frente do eixo traseiro. Ela trabalha mergulhada no combustível e pode-se localizá-la ao remover o assento traseiro.
Essa localização estratégica do tanque logo a frente do eixo traseiro é devido à maior proteção conferida por esta posição, entendida como mais segura para evitar incêndios e explosões, e ainda favorece a uma boa distribuição de peso, já que o tanque cheio resulta em muitos quilos a mais para o veículo.
#06. Quais os defeitos mais comuns em um marcador de combustível?
É certo que medidores de combustível defeituosos podem trazer grandes problemas aos motoristas. Falhas como a oscilação do valor mostrado no painel, com mau contato, que oscilam conforme os movimentos do veículo e, principalmente, ponteiros imprecisos, que nunca marcam os valores corretos. E ao contrário do que se pensa, uma parada total no funcionamento do mostrador acaba sendo menos caótico para o motorista, do que a marcação de valores incorretos, os quais confundem o condutor e induzem ao erro.
Defeitos nos resistores, sensores ou na boia podem gerar marcações imprecisas e/ou oscilações nos marcadores de painel, provocando insegurança ao condutor ou a sensação de ter mais combustível no tanque do que a quantidade real, podendo causar a pane seca.
Luzes de reserva queimadas ou ponteiros com movimento limitado ou travado são as principais causas de falta de combustível, especialmente em veículos mais antigos com mais de dez anos de uso, já que é comum os componentes sofrerem com desgaste natural do tempo ou causado pela ação corrosiva do próprio combustível.
Outra causa comum de marcação incorreta na medição do nível do reservatório consiste na troca da bomba de combustível por outra com pressão distinta da original, interferindo na programação dos parâmetros originais. Gostou do tema acerca dos marcadores de combustível? Esperamos que muitas dúvidas tenham sido esclarecidas. Fique sempre atento na relação entre os valores exibidos no marcador de combustível e a quantidade abastecida em cada ida ao posto. E ao notar marcações estranhas leve seu carro a uma oficina especializada e evite transtornos.